domingo, 15 de junho de 2008

Painel 1: Introduçao ao Diabetes (Lauro)

Para os aficionados pela língua-mater: o termo “diabetes” é um substantivo masculino e feminino, ou seja, tanto é correto se precedido de artigo feminino ou se precedido de artigo masculino. Além disso, não faz diferença se é dito no singular (diabete) ou no plural (diabetes). Ainda segundo o Dicionário Aurélio, Diabetes é uma “síndrome caracterizada por uma eliminação exagerada e permanente de urina”. Tal definição se deve por uma razão: “diabetes”, em grego, quer dizer “sifão”. Essa associação se dá porque, por volta de 70 d. C., quando a patologia foi descrita, um de seus sintomas era a poliúria (muita urina). Entretanto, essa correlação é mais bem observada em um tipo de diabetes: o insípido. “Lesões do hipotálamo que destroem as células produtoras de ADH causam a doença diabetes insípido, caracterizada pela perda da capacidade renal de concentrar urina. Como resultado, um paciente pode eliminar até 20 litros de urina por dia (poliúria) e bebe grandes quantidades de líquidos. Esta doença não tem nada a ver com o diabetes melito, caracterizado pelo aumento da taxa de glicose plasmática.” (Junqueira, C. L.; Histologia Básica).
Não é o objetivo do grupo se ater à forma insípida dessa doença, visto que essa é mais rara, mas sim se concentrar na forma “Mellitus” (melito), considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) uma epidemia. O envelhecimento da população e seus hábitos alimentares pouco saudáveis, com propensão ao desenvolvimento de obesidade, estão relacionados ao aumento do número de casos dessa patologia, que é, infelizmente, cada vez mais comum.
Analisando a etimologia de “mellitus”, que em latim quer dizer mel ou adocicado, é possível prever a principal característica desse diabetes: açúcar na urina. Tal sintoma foi detectado no ano de 1670 pelo médico inglês Thomas Willis, que bebeu a urina de um paciente que apresentava poliúria. Procedimento esse nada aprazível, diga-se de passagem. Ainda bem que os métodos de diagnóstico evoluíram e hoje os médicos dispõem de hemogramas completos, exames de urina (sem necessidade do paladar) e até monitores portáteis de glicemia (Accu-chek®, por exemplo)
Os tipos mais comuns do diabetes açucarado são o “Tipo 1 (juvenil)”, “Tipo 2 (adulto ou tardio)” e o “gestacional”. Entretanto, existem também, dentre outros, o “Tipo 1,5 (LADA: Latent Autoimmune Diabetes in Adults)” , que seria parecido com o primeiro tipo, porém se manifestando nas posteridade, e o “Tipo 3”, ainda objeto de estudos, mas que pode ser uma associação dos tipos 1 e 2 e, segundo alguns cientistas, ter relação com o Mal de Alzheimer.
Em 1889, descobriu-se que o pâncreas produzia uma substância capaz de controlar o açúcar do sangue. Essa substância foi chamada “Insulina” (insula significa "ilha" em latim), pois era produzida nas células β das Ilhotas de Langerhans do órgão. Conta a história que cientistas removeram o pâncreas de um cão para demonstrar o seu papel na digestão dos alimentos. Vários dias depois, o guarda do cão percebeu que moscas se juntavam estranhamente na urina do animal e chamou os cientistas. Foram realizados alguns testes e se percebeu que havia açúcar na urina do cão. Assim ficou demonstrada a relação entre o pâncreas e o diabetes pela primeira vez. Esse hormônio facilita o transporte de Glicose para dentro das células através dos receptores chamados GLUT 4 (de Glucose Transporter 4), sensíveis à concentração de insulina. Esse mecanismo é ilustrado a seguir por um esquema extraído de Albert L. Lehninger: Principles of Biochemistry, 4th Edition. W. H. Freeman & Company.



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A insulina é secretada normalmente após as refeições, quando os açúcares são absorvidos no intestino e a concentração deles no sangue aumenta. Isso cria um sinal para que as vesículas contendo o hormônio sejam liberadas.
Veja o que diz a Enciclopédia Barsa sobre a Insulina: “Insulina é o hormônio regulador do nível de açúcar (glicose ) no sangue. Quando esse nível aumenta, as células beta das ilhotas de Langerhans, no pâncreas, passam a secretar o hormônio; quando diminui, a secreção pára, e o fígado libera glicose na corrente sangüínea. A insulina desempenha outras funções importantes: facilita o transporte de glicose para o interior das células, onde ela é oxidada para produzir energia; auxilia a estocagem de glicose (nos tecidos adiposos) e sua conversão em ácido graxo; promove a captação de aminoácidos pelos músculos para a produção de proteínas; e ajuda o fígado a converter glicose em glicogênio (carboidrato armazenado pelos animais).” Daí percebe-se a importância dessa proteína. Segundo Anita Marzooco et. Al: Bioquímica Básica,3ª Edição.Guanabara Koogan; o receptor da insulina tem atividade de proteína quinase, ou seja, atua fosforilando e desfosforilando , seja direta ou indiretamente, enzimas e regulando sua atividade (ativando ou desativando). Por exemplo, por ação da insulina as enzimas glicogênio sintase (glicogênese), fosfofrutoquinase 2 (glicogenólise), piruvato quinase (glicólise e gliconeogênese), piruvato desidrogenase ( piruvato → Acetil-CoA), acetil-coA carboxilase (lipogênese), HMG-CoA redutase (lipogênese) são desfosforiladas, o que causa sua ativação. Já as enzimas glicogênio fosforilase (glicogenólise), frutose 2,6 – bisfosfatase (glicólise e gliconeogênese) e lípase (lipólise) são inativadas pela desfosforilação induzida por esse mesmo hormônio.
O glucagon é o hormônio antagônico à insulina. Também é produzido no pâncreas, mas pelas células α das Ilhotas de Langerhans. O estímulo para sua liberação é a hipoglicemia (baixa concentração de glicose no sangue). Esse hormônio atua induzindo efeitos degradativos sobre o glicogênio, lipídios e proteínas, em especial no fígado e no tecido adiposo. Seus efeitos convergem para a correção dos níveis de glicose sangüínea, e são conseqüências da alteração da transcrição gênica, causadas pela ativação da proteína quinase dependente de cAMP. A figura abaixo, extraída de www.reactome.org exemplifica os efeitos do glucagon:


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Um comentário:

Anônimo disse...

queria entrar em um grupo para estudar um pouco a relação desta doença, e seus sintomas , pude obter algumas informações, mas o mais necessario seria estudar de perto, estudei por um curso de um tempo de auxiliar , fui até Tecnico de enfermage, como existe pessoa que passa por um sufoco danado e não tem qualquer informação , ou não procuram se informar, solicito do sr. um contato , sei que existe um hospital no centro do Rio de Janeiro que pode me passar informações, ou ate exames, pois existem pessoas com outros tipos de enfermidades e são taxados, por diabeticos. apesar de obseervar a consequencia do diabetes, mas também a busca por um ideal e qualidade de vida melhor. tel.21/2705 8855